quarta-feira, setembro 26, 2012

Deserto


Não me importa
viver de lembranças
de lugares lindos
próximos
distantes

conhecidos
ou por conhecer.
Não me importam
as novas coisas
porque as antigas
com a sua história
me servem
me fazem sonhar.
Só não queria viver
da memória
de apaixonadamente amar.

segunda-feira, maio 21, 2012

emoções


há dias em que me apetecia
ter alma de criança

sexta-feira, maio 11, 2012

sexta-feira, maio 04, 2012

DesígnioS





Deus escreve direito por linhas tortas. Mas às vezes Ele escreve por linhas tão tortas, que eu nem sei como não se baralha. Não sabes? Não se baralha porque é Deus. E tu tens  mais é que aguentar, feliz e de cara alegre, porque no fim há-de dar tudo certo.

quinta-feira, março 29, 2012

Para que serve uma relação?

"Uma relação tem que servir para você se sentir 100% à vontade com outra pessoa, à vontade para concordar com ela e para discordar dela, para ter sexo sem não-me-toques ou para cair no sono logo após o jantar, pregado.
Uma relação tem que servir para você ter com quem ir ao cinema de mãos dadas, para ter alguém que instale o som novo enquanto você prepara uma omolete, para ter alguém com quem viajar para um país distante, para ter alguém com quem ficar em silêncio, sem que nenhum dos dois se incomode com isso.
Uma relação tem que servir para, às vezes, estimular você a se produzir e, quase sempre, estimular você do jeito que é, de cara lavada e bonita a seu modo.
Uma relação tem que servir para um e outro se sentirem amparados nas suas inquietações, para ensinar a confiar, a respeitar as diferenças que há entre as pessoas, e deve servir para fazer os dois se divertirem demais, mesmo em casa, principalmente em casa.
Uma relação tem que servir para cobrirem as despesas um do outro num momento de aperto, cobrir as dores um do outro num momento de melancolia e cobrirem o corpo um do outro quando o cobertor cair.
Uma relação tem que servir para um acompanhar o outro ao médico, para um perdoar as fraquezas do outro, para um abrir a garrafa do vinho e para o outro abrir o jogo, e para os dois se abrirem ao mundo, cientes de que o mundo não se resume aos dois."
Drauzio Varella
Médico cancerologista, nasceu em S. Paulo em 1943

segunda-feira, março 19, 2012

Trago comigo
os sonhos
do amanhã
ataviados
de esperança.
Esperarei.
Porque o amor
não se derrete
como neve
aquecida
pelo sol.
Continua
a florescer
qual rosa
vermelha
em cada
primavera.

O Amor

"Na humanidade, cada pessoa possui um karma diferente. E o amor aparece. Se todo o ser humano tivesse o mesmo aspecto, ou seja, o mesmo carácter, o mesmo espírito, os mesmos cabelos, ninguém amaria, o amor não existiria, não haveria necessidade de escolher. O amor aparece por causa do karma, do grande karma da humanidade.
O amor dos jovens diminui com o tempo, torna-se pequeno, transforma-se em uma sombra - a sombra do sol nascente. Porém, o verdadeiro amor, aumenta sem cessar quando envelhece, quando se experimentam as dificuldades, como a sombra do sol poente."
Não podemos possuir o sol, nem a lua, nem as estrelas, mas podemos amar tudo o que nos fazem sentir.

domingo, março 04, 2012

A Cadeira



Experimenta fazer uma cadeira.
Se calhar nem percebes muito de madeiras. Determinas a escolha da matéria prima, essencialmente pela aparência. Parece-te bonita, sem grandes veios que a desfeiem, tem bom ar, depois de polida a teu gosto irá transformar-se num belo assento, que despertará a inveja de quem nele se sentar.
Só que não foste suficientemente atenta.
Não usaste algum do teu precioso tempo a observar. A analisar. A aparente beleza escondia fragilidades. Um pequenino orifício denunciava o seu inevitável fim.
E um dia, as bases da tua linda cadeira, feita com a mais bonita madeira, simplesmente, ruiram. Desfizeram-se em pó.

Todos temos o mesmo objectivo: -Ser felizes!
Difícil será atingirmos essa meta, se tentarmos construir a nossa felicidade sobre a infelicidade de alguém.

sexta-feira, fevereiro 24, 2012

Pablo Neruda

"AMOR, quantos caminhos até chegar a um beijo,
que solidão errante até tua companhia!
Seguem os trens sozinhos rodando com a chuva.
Em Taltal não amanhece ainda a primavera.


Mas tu e eu, amor meu, estamos juntos,
juntos desde a roupa às raízes,
juntos de outono, de água, de quadris,
até ser só tu, só eu juntos.


Pensar que custou tantas pedras que leva o rio,
a desembocadura da água de Boroa,
pensar que separados por trens e nações


tu e eu tínhamos que simplesmente amar-nos,
com todos confundidos, com homens e mulheres,
com a terra que implanta e educa os cravos."


in "Cem sonetos de Amor"

sábado, fevereiro 18, 2012

Pensamento

"Dê a quem você ama: Asas para voar, raízes para voltar e motivos para ficar."

Dalai Lama

terça-feira, fevereiro 14, 2012

São Valentim

Eu Simplesmente Amo

Eu amo-te sem saber como, ou quando, ou a partir de onde. Eu simplesmente amo-te, sem problemas ou orgulho: eu amo-te desta maneira, porque não conheço qualquer outra forma de amar sem ser esta, onde não existe eu ou tu, tão intimamente que a tua mão sobre o meu peito é a minha mão, tão intimamente que quando adormeço os teus olhos fecham-se.

Pablo Neruda, in "Cem Sonetos de Amor"

segunda-feira, fevereiro 13, 2012

Hoje estou Feliz!

Para Ti que me lês...

"Não importa o quanto esta vida nos obriga a ser sérios... afinal o que todos procuramos é alguém para sonhar, brincar, amar... e tudo o que precisamos é de uma mão para segurar e de um coração para nos entender."

terça-feira, janeiro 31, 2012

hoje estou triste...




cortaram os meus choupos
eram um pouco meus
desde que me lembro
sempre estiveram ali
altos imponentes
de copas estreitas
dirigidas ao céu
davam-me a sua sombra
nas tardes quentes de estio
embalavam o ouvir
com o marulhar das folhas
bailando rumorosas ao som de brisas
em tardes lânguidas de verão
estavam a morrer aos poucos
vergando a sua altivez
por míngua de cuidados
hoje estou triste
disse-lhes adeus

terça-feira, janeiro 24, 2012

Inocência

Vou aqui como um anjo, e carregado
De crimes!
Com asas de poeta voa-se no céu...
De tudo me redimes,
Penitência
De ser artista!
Nada sei,
Nada valho,
Nada faço,
E abre-se em mim a força deste abraço
Que abarca o mundo!

Tudo amo, admiro e compreendo.
Sou como um sol fecundo
Que adoça e doira, tendo
Calor apenas.
Puro,
Divino
E humano como os outros meus irmãos,
Caminho nesta ingénua confiança
De criança
Que faz milagres a bater as mãos.

Miguel Torga, in "Penas do Purgatório"

segunda-feira, janeiro 16, 2012

O Mar...



... e o sol de Inverno.

segunda-feira, janeiro 09, 2012

quarta-feira, dezembro 14, 2011

é outra vez Natal...

... e um ano, medido pela medida que os homens inventaram, se viveu...


O tempo é misterioso. Incontrolável. Flui a seu belo prazer. Tem o tempo que ele, o tempo, quer. E a seu belo prazer se vivem encontros e desencontros, alegrias e tristezas, paixões e desamores.
No calendário das minhas memórias, guardo com ternura, tudo o que de positivo ele me concede.
O resto, ele, na sua sabedoria, se encarrega de ir cobrindo com o manto do esquecimento.
Sabendo da sua generosidade lhe peço que dê de presente, a todos aqueles a quem amo, o lembrar. Ou o esquecer. Na medida que cada um deles mais necessitar.
Feliz Natal.

segunda-feira, dezembro 12, 2011

Pedaços de Outuno


Salvaterra de Magos

domingo, novembro 06, 2011

um dia bonito



"Pão, por Deus!"



Sei que já passou o dia. Que a preguiça e as complicações do dia-a-dia relegaram a vontade de escrever para segundo plano. Mas sou adepta do mais vale tarde que nunca. Uma frase que ouvi hoje: "-Mas afinal, quem é que quer viver em Lisboa?." trouxe-me de volta à realidade do tanto que efectivamente se perde, no bulício das grandes cidades
Gosto das tradições populares do meu País. É através delas, e muitas vezes apenas por esse meio, que se transmitem entre gerações valores, experiências e conceitos.
É por isso que acho que não temos necessidade de "importar" tradições de outros países. Nada significam para nós as bruxas, as abóboras ou os mortos-vivos escorrendo ketchup por tudo o que é orifício.

1º de Novembro, dia do Pão-por-Deus (e de “Todos os Santos “).
Diz-se que esta tradição teve origem em Lisboa, em 1756, um ano após o terramoto que destruiu Lisboa em 1 de Novembro de 1755. Morreram então milhares de pessoas e a população da cidade - na sua maioria pobre - ainda mais pobre ficou.
Como a data do terramoto coincidiu com uma data de significado religioso, de forma espontânea, a população aproveitou esse dia para desencadear um peditório por toda a cidade, com a intenção de minorar a situação paupérrima em que ficaram.
As pessoas percorriam as ruas, batiam às portas e pediam que lhes fosse dada qualquer esmola, mesmo que fosse pão, em virtude de grassar a fome pela cidade.
E pediam: "-Pão, por Deus!"
Esta tradição perpetuou-se no tempo e propagou-se gradualmente por todo o país, sendo comemorada neste dia.
Sem ter que andar de porta a porta com o saquinho de chita e sem ter que recitar um dos muitos versos ditos e reditos através dos tempo

“Pão, pão-por-Deus à mangarola
Encham-me o saco,
E vou-me embora”,

recebi, inesperadamente, o Pão-por-Deus, das mãos de uma amiga, a quem a cidade buliçosa não apagou da memória a vontade de lembrar.

.

quinta-feira, outubro 20, 2011

espera

Hoje, que te esperava,
tu não vieste.
E sei o que me diz a tua ausência,
a tua ausência que tumultuava,
no vazio que deixaste,
como uma estrela.
Diz que não queres amar-me.
Como os aguaceiros de verão
que se anunciam, e logo se afastam,
assim te recusaste à minha sede.
O amor, ao nascer,
tem destes inesperados arrependimentos.
Em silêncio
nos compreendemos.

Amor, amor, como sempre,
queria cobrir-te de flores e de insultos.

Vincenzo Cardarelli

sexta-feira, setembro 23, 2011

Esperar

Viver é uma arte
a arte de esperar alguma coisa
dia após dia
E eu
espero sonhando
sabendo que sonho e realidade
não são a mesma coisa
Os sonhos
são para serem sonhados
A realidade
é o tempo e o lugar
para realizar os sonhos.

quinta-feira, setembro 22, 2011

Homenagem


88 Primaveras

terça-feira, setembro 20, 2011

O Azul

Azul, o azul rouco
o azul sem cor
luz gémea da sede
Acerca deste rigor tenho uma palavra a dizer
uma sílaba a salvar desta aridez
asa ferida, o olhar arrastado pela pedra calcinada
húmido ainda de ter pousado à sombra de um nome

o teu:
amor do mundo, amor de nada

Eugénio de Andrade

domingo, agosto 28, 2011

era uma rosa


vi uma flor
estarei sonhando?
veio com o vento...
a chuva tentou em vão
derrubar suas pétalas
uma por uma...
vi-a
era uma rosa
tinha a cor do meu coração
a maciez dos meus sentidos...
sorriu-me

deixou suas doces fragâncias
disse adeus e partiu...
um sopro levou meu sonho
o manto da noite cobriu-me
nada mais aconteceu...
desde então
em cada acordar
sinto o seu perfume


quinta-feira, agosto 04, 2011

terça-feira, junho 28, 2011

Pensamentos

Será que não há alternativa para a conservação da minha espécie? Pensem nisso...


Que tal se deixasses de me chatear?



Deixem-me sonhar com as pradarias!



Tão bela que eu sou! Que pena não vir a conhecer a liberdade...

convivências...


terça-feira, maio 24, 2011

se soubesses


pudesse eu pedir um desejo
para ser de cristal pediria
pudesse eu pedir dois desejos
teu coração olhos de ver teria
veria então o regozijo da chegada
a imensa aflição da despedida
e embora aprendiz saberia
aquilo que a minha voz não diz
se soubesses
gostarias

quarta-feira, maio 11, 2011

Amor (Im)perfeito


Não existe amor perfeito
existem corações que buscam a perfeição
o amor não se dá
nem se pede
não tem conta, peso ou medida
não se rouba, nem tão pouco se exige
só temos que aceitá-lo quando ele se oferece
o amor é mistério
é poder
não se molda ao sabor dos nossos desejos
ou da nossa imaginação
não se compadece com exigências
não se questiona
vive-se
porque o amor em si mesmo
é imperfeito
mas é um presente sem preço.

domingo, maio 08, 2011

domingo, maio 01, 2011

terça-feira, abril 12, 2011

o FMI, o Histerismo e Eu

Não nasci em berço de ouro, nem sequer de prata. Devia ser de madeira, como se usava na época. Desde que me lembro de ser gente, nunca vivi com abastança, nem com desperdício. Também nunca passei fome nem tive falta do que era essencial. Eram tempos difíceis para a grande maioria dos portugueses, e era com as dificuldades que se aprendia a crescer, sem alaridos, nem depressões ou traumas por falta daquilo que não se podia ter. Vivia-se em "casas" alugadas, muitas vezes pombalinas, andares altos, sem elevador, o que era óptimo para o cardiovascular e com a grande vantagem de evitar um montão de horas perdidas para chegar ao emprego. Depois os tempos mudaram. Começou a viver-se melhor. Podemos ter opinião e possibilidade de a expressar. Começámos a aprender a viver em democracia e a dar valor à paz. Em simultâneo, começámos a ostentar orgulhosamente uma pequena colecção de cartões de crédito e a usá-los indiscriminadamente para pagar os Nike's e a carne no supermercado. Descobrimos que era bom ser proprietário e vai de ceder às facilidades do crédito bancário e comprar um apartamento nos arrabaldes da cidade, e um carrito para ir e vir diariamente, de casa para o emprego e vice-versa. Por tabela passámos a coabitar com as prestações para pagar no final de cada mês, com o colesterol e afins, com os nervos destrambelhados pelas filas de trânsito, com a filharada a exigir roupas de marca, desde as cuecas aos jeans. E lá fomos vivendo, consumindo e desperdiçando alegremente, tudo o que vinha de fora, porque o que vem de fora é que é bom. E assim, grão a grão se gastou aquilo que não se tinha para gastar. Um dia acordámos e aí estava o tal do FMI. Não me lembro se foi da 1ª ou da 2ª "visita", que me ficaram com um mês de ordenado. A mim e a mais uns milhares. Aumentaram os impostos, mas o povo português é sereno. Refilou-se um bocado, apertou-se o cinto durante uns tempos e lá se foi vivendo e esquecendo a história da formiga.E agora aí está ele outra vez. Era de esperar. O que não era de esperar era todo o histerismo criado à volta daquilo que já se previa ser inevitável. Já nem se fala de futebol... ele é a Merkel, os Sócrates, o FMI, a crise, a vampirice e os jogos obscuros dos mercados financeiros, os doutos conselhos de uns, o gozo de outros, que não valemos nada, que devíamos era desaparecer do mapa e voltar a ter um rei a hablar espanhuelo. Decididamente não tenho paciência para todos estes arautos da desgraça, nem para quem lhes dá voz. Para as gritarias, insultos e politiquices rasteiras, que afinal se resumem a defender tachos. Todos os dias saio à rua e não me acho a viver num país diferente. Vejo menos carros a circular na última semana do mês, o que só é bom para o ambiente. Vejo mais bébes a passar o dia com os avós, o que só faz bem a ambos. Vejo mais desempregados, alguns porque acham que servir bicas é uma indignidade, outros porque se tornaram subsídio-dependentes e nada fazem para deixar de o ser. Provavelmente não será tão depressa que se vai poder trocar o T2 por um T3, para se ter um escritório para mostrar aos amigos. Nem trocar de carro para fazer inveja à vizinhança. Vamos ter que pagar mais impostos? Vão-nos tirar uma fatia aos ordenados e às reformas? Sinal que temos ordenado ou reforma, e que, apesar de tudo isso, vamos continuar a viver.Vamos ver todos os dias o sol a nascer, os putos a ir para as escolas e para as creches, os mais idosos a serem solidários, ou a usufruirem da solidariedade. Vamos aproveitar os nossos maravilhosos areais e o mar que os banha, os nossos parques, os nossos jardins, os nossos museus (aos domingos de manhã, que são de borla). Se não pudermos ir sozinhos de carro, vamos de transporte público ou fazemos uma "vaquinha". Os amigos só nos fazem bem. Vamos apaixonar-nos por alguma coisa, por alguma ideia ou por alguém. Temos que consumir menos? Pois vamos relembrar como é consumir menos, desperdiçar menos, comprar linha branca, produtos nacionais, dar o nosso pequeno contributo para sairmos do buraco. Muitos poucos fazem muito. Vamos ser optimistas, acreditar que dias melhores virão.

E vamos exigir àqueles que em nosso nome dirigem os destinos deste país que é o meu, e que quero que continue a ser, que façam o mesmo.





quarta-feira, fevereiro 09, 2011

Gatarrão

Por detrás da vidraça impenetrável
seduziu-me, cortejou-me
apenas me restou
deixar-me seduzir

.

Amsterdão - Abril 2009

segunda-feira, fevereiro 07, 2011

Escaroupim Fantástico

Há locais assim, com a sua própria história.
Podemos não saber explicar porquê... mas gostamos.
E quando gostamos, podemos sempre reinventar...



quinta-feira, fevereiro 03, 2011

BurriceS


O povo diz: -Antes boa burra que ruim cavalo-.

domingo, janeiro 30, 2011

Levar com os penantes

Levar com os pés é muito Bom!
À primeira lacrimejas, o que é bom prá vista, inventas mil desculpas para a coisa ter acontecido... e esqueces.
À segunda voltas a snifar lenços de papel (o que, para além de contribuires para o abate de árvores, te põe a penca vermelha) e dás a volta à coisa.
À terceira, depois de te passar a vista turva de tanta raiva, consegues ver a tua verdadeira dimensão.
Já adquiriste o diploma! Só te falta zurrar!

quarta-feira, janeiro 26, 2011

redundâncias

Será que os seres humanos não percebem que a poupança na transmissão de informação pode ser muito útil quando falamos de máquinas, mas que é catastrófica quando se aplica à comunicação entre dois seres humanos?
Sou mulher e gosto de falar, de dizer o que sinto e o que penso. Aquilo que já vivi permite-me perceber que, neste aspecto, nós mulheres somos diferentes dos homens.
Entendo. E até sou capaz de aceitar. O que não entendo nem aceito é a economia de esforço, por parte deles, em entenderem a linguagem feminina.
Por muito inteligentes que sejam, neste aspecto são, por norma, completamente obtusos. Não sabem, nem querem saber o que se espera deles, fecham-se cada vez mais na sua concha, protegem-se na miragem da carreira profissional e depois perdem o rumo.
São incapazes de aceitar que a era do "patriarcado" tem os dias contados. Que o homem fálico, autoritário e dominante está moribundo. Serem heróis é uma das suas prioridades. Foi assim que foram educados e têm pavor que a mulher os veja tal como são, seres frágeis, que não sabem lidar com essa fragilidade. Apavoram-se com a idéia de serem traídos, e em contrapartida vão traindo.
Não querem ouvir falar de emoções e muito menos deixar que elas façam parte da sua vida, por isso fogem se são confrontados com elas.
A entrega a outra pessoa significa ter que baixar as nossas defesas, mostrarmo-nos como somos, com os nossos defeitos, as nossas falhas e as nossas manias. Significa compromissos, cuidados, problemas e até mesmo sofrimento. Com o passar dos anos é normal que se queira fugir disso. E depois? O que fica? Solidão ou o saltar de relação em relação, arrastando consigo cada vez mais frustração e insegurança.
Ouve, - dizia eu ontem à minha melhor amiga que, gelada de corpo e alma, acabara de perder aquele que é e será, segundo ela, a grande e última paixão da sua vida - apenas tens que dar graças ao Criador por seres mulher e como mulher conseguires manter a maravilhosa capacidade de sentir, de exprimir e partilhar as tuas emoções... de rir e de chorar, de gritar de prazer ou de dor, de ronronar (que me perdoem os gatos pelo roubo da palavra), de amares, de te apaixonares, de conseguires olhar nos olhos e dizeres tudo o que te vai na alma. E não estejas triste. Guarda contigo o que sentes. Deixa que seja amor, ternura, paixão, amizade... são sentimentos fortes, plenos de energias positivas. Deixa que eles fluam.
Quem sabe um dia, inesperadamente ...



terça-feira, dezembro 14, 2010

A tristeza de Natal

É por estes dias que aparece. Não desde sempre, pelo menos que me lembre, mas de há uns anos para cá.
Vem de mansinho. Como aquele mau estar indefinido causado por uma virose. Como que uma impaciência para a qual não se tem diagnóstico. A irritação de um porquê, sem resposta. A falta de vontade de fazer o que se acha que tem que ser feito.
Será nostalgia? De quem se teve por perto, e não se tem mais. De sentimentos perdidos, amores terminados. De paixões que se extinguiram. Saudades do que tivemos sem nunca ter tido, de projectos ou sonhos que nunca vimos realizados.
Será tristeza? Sem se perceber porque se está triste?
Ou será porque não se encontra nenhum sentido na azáfama da corrida às compras, essa agitação natalícia que o consumismo inventou? Porque não faz nenhum sentido o contraste entre a abastança de uns e a miséria de tantos?
Sentido tinha o cheiro do musgo fresco, colhido nas veredas sem sol, a rodear o laguinho feito de prata onde se miravam os patos que, sabe-se lá porquê, faziam companhia ao Menino, juntamente com as ovelhas, os reis magos e os pastores.
Sentido tinha o esforço de juntar à mesma mesa, debaixo do mesmo tecto, aqueles que sempre se amaram. E eram eles que importavam.
Mas sentido faz também e agora, a tolerância, a compaixão, a aceitação da diferença e da mudança.
Sentido faz saber que é bom voltar a abraçar quem se tem vontade de abraçar, poder embalar quem nasceu e ainda não se sentiu. Sentido faz sorrir, e estar, e conversar.
E assim, tudo acaba por fazer sentido.

domingo, outubro 31, 2010

O teu lugar

"Sei de cor cada lugar teu
atado em mim, a cada lugar meu
tento entender o rumo que a vida nos faz tomar
tento esquecer a mágoa
guardar só o que é bom de guardar

Pensa em mim protege o que te dou
eu penso em ti e dou-te o que de melhor eu sou
sem ter defesas que me façam falhar
nesse lugar mais dentro
onde só chega quem não tem medo de naufragar

Fica em mim que hoje o tempo dói
como se arrancassem tudo o que já foi
e até o que virá e até o que eu sonhei
diz-me que vais guardar e abraçar
tudo o que eu te dei

Mesmo que a vida mude os nossos sentidos
e o mundo nos leve pra longe de nós
e que um dia o tempo pareça perdido
e tudo se desfaça num gesto só

Eu vou guardar cada lugar teu
ancorado em cada lugar meu
e hoje apenas isso me faz acreditar
que eu vou chegar contigo
onde só chega quem não tem medo de naufragar."

Cada lugar teu - Mafalda Veiga

quinta-feira, setembro 30, 2010

Honda 600



Hoje fizeram-me lembrar de ti... eras branco, com estofos pretos, uma lindeza!
Talvez fazendo um esforço de memória me venha a lembrar da tua matrícula...
Eras o automóvel mais bonito, mais rápido, mais económico que circulava pelas ruas de Lisboa... ou não fosses o meu primeiro carro!
Contigo passei belos momentos, corri Portugal de lés-a-lés... menos Trás-os-Montes, onde finalmente fui há poucos dias...
Eras tão portátil, tão portátil que bastavam dois homens fortes para te levantar quase em peso. Como naquela cena vergonhosa que passei nos montes Cantábricos, lá para o norte de Espanha...
Passei-me dos carretos após quilómetros e quilómetros por aqueles montes, atrás dum camião TIR; pastelava nas subidas, acelerava nas descidas. Quando já ia a espumar pela boca e antes que fizesse alguma ultrapassagem disparatada, pensei para os meus botões: "vou parar e deixar que ele vá à sua vida".
Se assim o pensei, melhor o fiz. Melhor não, pior... Porque afinal aquela berma coberta com um tapete verdinho e com aspecto seguro, encobria uma papa de lama (devia ter chovido) e tu resolveste, quando travei (se calhar um bocadinho a fundo) fazer uma pirueta e ficar de rabo pendurado para um vinhedo.
Durante algum tempo nem respirei, com medo que resolvesses quebrar o frágil equilibrio e te atirasses lá para baixo levando contigo a tralhunça do campismo e o que é bem pior... a tua dona louca.
Mas como todas as diabinhas têm sorte, no momento em que estava prestes a decidir arriscar-me a abrir a porta, apareceram aqueles dois latagões, que a rir (com o papinho cheio de gozo) me disseram qualquer coisa do género "Te queda dentro, no passa nada!"
E como se estivessem a pegar numa saca voltaram a por-te com as quatro rodas em terra firme (ou quase).
E com um "muchas gracias" e uma prece ao Alto, lá voltámos à estrada.
Nunca mais voltámos a derrapar durante os 5 anos em que viajámos juntos. Troquei-te por um habitáculo maior e um pouco mais confortável... mas sem o teu encanto.

terça-feira, setembro 21, 2010

aTrás dOs Montes














Sendim, vila situada em terras altas, já povoada em eras pré-históricas e medievas e delas retendo vestígios...

E foi de alguns deles que demos conta, graças à disponibilidade de duas das suas habitantes, que nos deram honra de visita guiada, à Igreja Matriz de Santa Maria de Sendim (assim lhe chamavam em anos de 1300), passando a Nossa Senhora do Pranto (mais a meu gosto) por anos de 1700.

E foi assim que a sentimos, com direito a subir à torre sineira e foi assim que demos conta que tanto ela, desde que existe, como nós, naquele momento, nos encontrávamos sobre uma necrópole medieval...

Espantos...

segunda-feira, maio 10, 2010

As bolas de sabão

... folhas de papel, lápis, carvão e umas horas que se tornam mágicas...




Manet

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quarta-feira, março 24, 2010

Groovy Kind Of Love

A cor

Gosto do azul.
O azul do topázio
da água marinha
da safira e da ametista
e gosto de flores azuis
da hortênsia, da centaurea
e da pervinca
gosto do azul do mar profundo
do azul do céu lavado
gosto do olhar azul de menino
dos olhos azuis do homem desejado
se fosse pássaro
seria azul
se fosse borboleta
azul seria
e nas asas de um anjo azul gostaria
de viajar por espaços azulados.

.

segunda-feira, março 15, 2010

Posso Amar

Homem!
Sabes quem sou?
Sou Mulher
Felina, guerreira
Tanto posso ser rainha
Como posso ser plebeia
Posso ser frágil
E chorar de que maneira
Ou ser forte
E prender-te em minha teia
Posso deixar-me render
Sem nada ter que temer
Tanto sou lua multifacetada
Como posso ser uma sombra recatada
E como sou Mulher
Posso dar sem receber
E lembrar sem ser lembrada
E perdoar e esquecer
Posso esperar e ainda assim reinventar
Posso tremer e não ter medo de o dizer
Posso abraçar com força
E nesse abraço tudo dar
Posso ser amiga e amante
E viajar-me num corpo
Ou perder-me num olhar
Como sou Mulher
Posso Amar.
.

segunda-feira, março 08, 2010

Hino à Mulher - Vangelis

E Deus criou a Mulher




Nada mais contraditório do que ser mulher...
Mulher que pensa com o coração,
age pela emoção e vence pelo amor.
Que vive milhões de emoções num só dia
e transmite cada uma delas, num único olhar.
Que cobra de si a perfeição
e vive procurando desculpas
para os erros daqueles a quem ama.
Que hospeda no ventre outras almas,
dá a luz e depois fica cega,
diante dos filhos que gerou.
Que dá as asas, ensina a voar
mas não quer ver partir os pássaros,
mesmo sabendo que eles não lhe pertencem.
Que se enfeita toda e perfuma o leito,
ainda que o seu amor
nem perceba tais detalhes.
Que como uma feiticeira
transforma em luz e sorriso
as dores que sente na alma,
só pra ninguém notar.
E ainda tem que ser forte,
pra dar os ombros
para quem neles precise chorar.
Feliz do homem que por um dia
souber entender a Alma da Mulher!


Autor desconhecido





quinta-feira, fevereiro 04, 2010

Um adeus de mulher para mulher



E de novo a armadilha dos abraços.
E de novo o enredo das delícias.
O rouco da garganta, os pés descalços
a pele alucinada de carícias.
As preces, os segredos, as risadas
No altar esplendoroso das ofertas.
De novo beijo a beijo as madrugadas
de novo seio a seio as descobertas.
Alcandorada no teu corpo imenso
teço um colar de gritos e silêncios
a ecoar no som dos precipícios.
E tudo o que me dás eu te devolvo.
E fazemos de novo, sempre novo
o amor total dos deuses e dos bichos.


Rosa Lobato de Faria
.

quarta-feira, fevereiro 03, 2010

InsalubridadeS

Será que não há alguém com coragem que ponha uma banda gástrica na bocarra do Alberto João?????
Não há saco que aguente!!!!!!!!

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segunda-feira, fevereiro 01, 2010

O Gene da Infidelidade



Como não tenho o hábito diário de comprar um jornal (sempre poupo umas quantas árvores) e gosto de me manter minimamente informada, vejo normalmente os telejornais da tarde e da noite, sendo este, relativamente às notícias de maior impacto, pura clonagem do primeiro. Para dar uma de diferença, aparecem mais ou menos intercaladas as tais notícias que de notícias nada têm, e as pequenas curiosidades.

É precisamente uma dessas curiosidades, que faz tempo foi noticiada num dos nossos canais nacionais (mais precisamente em Setembro de 2008 - e este preciosismo nada tem a ver com boa memória, mas sim com este maravilhoso meio de informação que é a Internet), a causadora deste meu despretencioso "post".

Lembro-me perfeitamente de ter ficado com um sorriso nos lábios, de ter feito um comentário jocoso e solitário e de o assunto ter ficado depositado nesse imenso arquivo que é a nossa memória.

Resolvi ir rebuscá-lo ao baú das minhas recordações (um bocado carunchoso, mas lá vai dando para os gastos) porque penso servir às mil maravilhas para demonstrar uma teoria que brilhantemente (modéstia à parte), tenho vindo a desenvolver.

Porque é que os homens se casam? E quando se casam porque é que maioritariamente fazem questão em ter descendência e invariavelmente que esta seja do sexo masculino?

Parafraseando Mr Sherlock Holmes (o protagonista da última versão cinematográfica, claro! - os anteriores, que me desculpem os ditos, eram todos uns coirões): "Elementary my dear Luisa"! Tem tudo a ver com a descoberta do gene da infidelidade!

E passo a citar: "Cientistas do Instituto Karolinska, de Estocolmo, na Suécia, descobriram que a infidelidade dos homens está ligada a um gene que administra a vasopressina, uma hormona que se reproduz naturalmente, por exemplo, com os orgasmos."

Et voilà! Afinal os pobres não têm culpa nenhuma! Se não casassem lá ficava o empecilho do gene sem poder fazer jus ao nome! Claro como água ( o viver junto não vale - é aquilo que modernamente se chama de relacionamento aberto)! Quanto aos filhos homens... pois está-se mesmo a ver que entra em acção esse poderosíssimo instinto de conservação da espécie!

Mas não se aflijam Mulheres! Se acreditam na fidelidade dos vossos maridos, se eles são a menina dos vossos olhos, se juram a sete pés que eles não vêem outra coisa senão a sua legítima - Who cares? -.

Até porque, quem nos garante que não existe o malfadado gene na cadeia genética feminina e lá terão então os cientistas em mãos mais uma pungente pesquisa:

"A procura do gene da ingenuidade masculina."

quinta-feira, janeiro 28, 2010

Eu, em mim

Escuto nos silêncios a festa das palavras,
como se tudo estivesse onde quero que esteja.
Estou próxima de mim mesma, até quando vacilo,
como onda silenciosa, dissolvendo-me em espuma.
Sou criança. Volto a brincar nas dunas.
O vento acaricia-me. O sol aconchega-me.
O ar é branco. Respiro.
E cada inspiração é surpresa.
Nada se recria, mas tudo se reconstroi.
Até a vida,
a quem peço que me ajude
a calar, quando não devo falar,
a estar presente, sem tirar a liberdade,
a falar, se não for hora de calar,
a sorrir, sempre que der
e a amar sem medida,
na medida mais certa que eu puder.

domingo, janeiro 17, 2010

Como os primeiros

como eu gostava
de poder amar-te esta tarde
de ouvir-te mesmo sem te ouvir

como eu gostava de estar
de nada esperar
de apenas sentir

frémitos
sussurros do vento
odores sabores e rubores

gestos repetidos
interrompidos
sempre novos

como os primeiros
.


sábado, janeiro 16, 2010

sexta-feira, dezembro 25, 2009

quarta-feira, dezembro 09, 2009

Olá Oli

já vi que me vieste visitar... e me deixaste um visual novo
e uma "pintura" de areia, linda :)
e voltaste a pôr o contador de visitantes que devo ter comido um dia qualquer ao pequeno almoço :)
estás absolutamente proibido de desaparecer, ouviste?
quem é que depois ajuda esta tua amiga meio louca?
vê se te pões bom depressa!
um beijo

domingo, novembro 29, 2009

sexta-feira, novembro 27, 2009

Coincidência... destino?

Alguém me dizia há pouco... não existem coincidências. E destino? Um livro com mais ou menos páginas, onde toda a nossa vida estaria previamente traçada?
Acredito que existirá uma ordem natural, programada pelo Universo, pela Força criadora de todas as coisas, traduzida em acontecimentos previstos ou imprevistos, mais ou menos inevitáveis.
Para além dessa inevitabilidade, o que foi, é, ou será a nossa vida, será sempre o que resultar da nossa capacidade de escolha, do nosso poder de decisão. Perante qualquer situação temos quase sempre mais que uma possibilidade de escolha, mais do que um caminho a percorrer. É nessa capacidade com que fomos dotados, que também acredito. É ela que nos torna responsáveis pelo nosso "destino", e apenas cada um de nós, pela sua luta, pela sua persistência e coragem, pela sua vontade, pela sua decisão e capacidade de acreditar, é responsável por ele.
E acredito também, sem qualquer rótulo ou confirmação científica, na força dos nossos desejos e dos nossos sentimentos.
Não acho por isso que tenha sido coincidência nem destino, quando aconteceu regressares de mansinho, inesperado mas esperado... e és o momento, aquele que nunca deixei de desejar.
E esvoaçam as asas alvoraçadas dos meus sentidos, e dentro de mim as palavras são bailado, são torrente... não as alcanço, diluem-se na minha mente. E sinto-me tonta, leve, pássaro, borboleta.
E se a alma se ouve, se é gente... então foi ela que dentro de mim se tornou sangue, músculo, veias e pulou e dançou e me inundou, pulsando loucamente.

segunda-feira, novembro 16, 2009

feminismo versus maxismo



Tenho um amigo, que meio a sério, meio a brincar, insiste em classificar-me como "feminista".

Apesar das inumeras discussões sobre o assunto nunca fiquei completamente esclarecida sobre as razões do rótulo com laivos pejorativos que resolveu colar à minha pessoa.

No entanto, e com pouco receio de errar, penso que tem a ver com a minha completa discordância sobre aquilo que ele considera ser uma "mulher às direitas" e cito:

"mulher, Mulher está à minha espera quando chego a casa, cansadinho de um dia cheio de reuniões..." e completo: onde a maior parte das vezes se discute o sexo dos anjos, não se chega a conclusão nenhuma que valha a pena e ainda se gasta o dinheirito dos contribuintes, caso se trate de funcionário público... que é o caso.

E a triste figura do exemplar do sexo masculino , mostrando a sua parte menos digna ao utilizar um respiradouro com a finalidade de assaltar um supermercado, será exemplo de quê?

falta

és a água que eu queria beber
e que tentação de em ti me saciar
é como se te visse na fonte a correr
e eu feita de pedra sem te poder chegar

domingo, novembro 15, 2009

Seus Olhos

Seus olhos - que eu sei pintar
O que os meus olhos cegou –
Não tinham luz de brilhar,
Era chama de queimar;
E o fogo que a ateou
Vivaz, eterno, divino,
Como facho do Destino.

Divino, eterno! - e suave
Ao mesmo tempo: mas grave
E de tão fatal poder,
Que, um só momento que a vi,
Queimar toda a alma senti...
Nem ficou mais de meu ser,
Senão a cinza em que ardi.

Almeida Garrett, in 'Folhas Caídas'

terça-feira, outubro 20, 2009

A um motard

o vento no rosto
o cheiro da mata
cabelos ao vento
sou flecha sem arco
no alto do monte
onde tudo abarco
num amplo abraço
que é arte em si
que é amor em mi
que é sol em fá
ali me deito
ali repouso
e com o manto
do céu imenso
me tapo


.

Se eu não te amasse tanto assim

Há momentos na vida em que sentimos tanta saudade de algumas pessoas, que gostaríamos de tirá-las dos nossos sonhos e envolvê-las num abraço.

segunda-feira, outubro 19, 2009

Quadra solta

Alguém me chamou sol...
quem dera que o meu sorriso
fosse como que um farol
guiando quem anda perdido...

sábado, outubro 10, 2009

Um dia... talvez

Um dia... se alguma vez te esquecer
vou pintar-me de azul
para te lembrar

Talvez... para nunca te esquecer
coma apenas chocolate
para te saborear

Então... quando te esquecer
vou escrever-te um poema
e saberei o que dizer

Talvez rime palavras de paixão
fale de beijos quentes e de sôfregos abraços
e deixe falar o coração

Talvez use pérolas, cite Pessoa
talvez fume e ria e beba apenas chá
e fique a falar de amor até que doa

Um dia, sem nunca te esquecer...

Für Fritz

sabes o que te posso oferecer e continuar a possuir?
as minhas próprias palavras
e com elas poder dizer-te
que nunca considerei perdido o tempo que estive contigo
e que são apenas teus e meus os momentos em que te lembro
que são de todos os dias até que um dia o não sejam
ou quem sabe?
o sejam para sempre...

sábado, agosto 08, 2009

Nunca Vou Deixar de Te Amar

Ontem tratei-te mal, coração... não deixei que os meus olhos chorassem...

Acordei na semi-penumbra do meu quarto.

Como sempre, entreabri a janela e voltei a deitar-me um pouco. Nunca me canso da tela azul do céu, nem de ti, meu choupo, convidando-me a sorrir.

Havia brisa, que me trouxe o marulhar das tuas folhas...

E voltei a ouvir o teu silêncio, quando em silêncio o ouviste também...

E abriu-se então mansamente o oceano preso nos meus olhos...

Nunca vou deixar de te amar.

segunda-feira, agosto 03, 2009

domingo, agosto 02, 2009

Guarda-Jóias


Estavam lá há muito.

Esquecidas no fundo do pequeno guarda-jóias.

Juntamente com memórias de noites de chachacha, dos anos 70...80, anos de juventude, de alegria e descoberta.

Lembrei-me delas, não sei bem como, nem porquê...

Talvez porque são lindas... dizem que também sábias e imortais e quero que também mágicas...

Ou apenas, porque me fazem sentir bonita...

E nunca nua...quando ponho um colar de pérolas.

sábado, agosto 01, 2009

Colar de Pérolas

Eu tenho um colar de pérolas
Enfiado para te dar:
As pérolas são os meus beijos,
O fio é o meu pesar.

Fernando Pessoa

sexta-feira, julho 24, 2009

sexta-feira, julho 10, 2009

tasse

acordei azul e a sorrir...
antecipação do mar?
ou lembrança do contraste?
preto e azul...

quarta-feira, julho 08, 2009

segunda-feira, julho 06, 2009

2 de Julho de 2009



Tentei escrever-te um poema... mas eram pequenas as palavras para o teu grande coração.

Amo-te muito.

Que também a ti nada falte daquilo que realmente importa.

Terás.

quarta-feira, junho 24, 2009

desassossego

é um tal desassossego isto que eu sinto
que não sei mais quem sou
não me conheço
vivo de momentos nossos
de lembranças
afogo-me no meu próprio sentimento
que já nunca me obedece
nem se cala...

olho-me no espelho das memórias
e aí me aprisiono
me alimento
peço clemência ao tempo
pra minha alma
que ora vai em frente e luta
ora se queda...

e nas cinzas da saudade
só a tua luz ténue afaga
este meu desassossego...
.

quarta-feira, junho 17, 2009

CitaçõeS

"Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudade, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!"

Fernando Pessoa