Para Luíza, por uma sexta-feira com pôr-do-sol
Olha, camarada.
Sabes o que ela me deu?
A noção do poema,
o amor sem contrastes violentos.
Talvez por isso
o ter dado a César o que César mereceu
e a mim
o peso da terra.
Dia para Luíza....
Se fosse mágico inventaria a chuva,
os rostos desolados, a grande cidade tristeza.
Assim, deserto,
invento uma paisagem de animais de Verão,
brinco com Chico, Betânia,
adivinho a erva fresca da manhã,
os amantes navegando à contra-luz,
as conversas hábeis que constrois.
Depois, sonho,
rasgo a terra com o teu sorriso-brisa,
e sei-te mulher,
nesse teu jeito de beberes a vida,
com esses olhos,
sàbiamente insubmissos.
Manel (Fev.1976)
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