quinta-feira, janeiro 28, 2010

Eu, em mim

Escuto nos silêncios a festa das palavras,
como se tudo estivesse onde quero que esteja.
Estou próxima de mim mesma, até quando vacilo,
como onda silenciosa, dissolvendo-me em espuma.
Sou criança. Volto a brincar nas dunas.
O vento acaricia-me. O sol aconchega-me.
O ar é branco. Respiro.
E cada inspiração é surpresa.
Nada se recria, mas tudo se reconstroi.
Até a vida,
a quem peço que me ajude
a calar, quando não devo falar,
a estar presente, sem tirar a liberdade,
a falar, se não for hora de calar,
a sorrir, sempre que der
e a amar sem medida,
na medida mais certa que eu puder.

domingo, janeiro 17, 2010

Como os primeiros

como eu gostava
de poder amar-te esta tarde
de ouvir-te mesmo sem te ouvir

como eu gostava de estar
de nada esperar
de apenas sentir

frémitos
sussurros do vento
odores sabores e rubores

gestos repetidos
interrompidos
sempre novos

como os primeiros
.


sábado, janeiro 16, 2010