quinta-feira, outubro 20, 2011

espera

Hoje, que te esperava,
tu não vieste.
E sei o que me diz a tua ausência,
a tua ausência que tumultuava,
no vazio que deixaste,
como uma estrela.
Diz que não queres amar-me.
Como os aguaceiros de verão
que se anunciam, e logo se afastam,
assim te recusaste à minha sede.
O amor, ao nascer,
tem destes inesperados arrependimentos.
Em silêncio
nos compreendemos.

Amor, amor, como sempre,
queria cobrir-te de flores e de insultos.

Vincenzo Cardarelli