Hoje, que te esperava,
tu não vieste.
E sei o que me diz a tua ausência,
a tua ausência que tumultuava,
no vazio que deixaste,
como uma estrela.
Diz que não queres amar-me.
Como os aguaceiros de verão
que se anunciam, e logo se afastam,
assim te recusaste à minha sede.
O amor, ao nascer,
tem destes inesperados arrependimentos.
Em silêncio
nos compreendemos.
Amor, amor, como sempre,
queria cobrir-te de flores e de insultos.
Vincenzo Cardarelli
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