sexta-feira, junho 06, 2008

INSEGURANÇAS


Naquele exacto minuto, em que cada um de nós sai daquela banheirinha de água morna, onde vivemos nove meses, ouvindo o bater do coração de quem nos gerou...
Naquele primeiro minuto em que engolimos a primeira golfada de ar e nos sentimos envolvidos por um mundo hostil, barulhento, tremendamente luminoso...
Naquele primeiro minuto, começou a nossa insegurança.
E vai ser assim, dia após dia, para o resto das nossas vidas.
Insegurança no primeiro dia de infantário, em que nos forçam a largar a mão protectora, e nos deixam orfãos, agarrados ao ursinho de peluche.
Insegurança no primeiro dia de escola, insegurança quando, acabados de ser crianças, já temos que decidir qual o nosso projecto de vida.
Insegurança quando enfrentamos a primeira entrevista para o primeiro emprego.
Insegurança nas nossas capacidades que ainda não foram postas à prova.
Insegurança porque somos gordos, insegurança porque somos demasiado magros, insegurança porque temos namorado - e será que vai dar certo? - insegurança porque não temos - será que o erro é meu?
Insegurança porque estivemos doentes - será que estamos curados?
Insegurança porque achamos que precisamos de alguém do nosso lado, para podermos ser alguém.
Mas com o tempo vamos percebendo que para sermos felizes com alguém, temos que concluir que não precisamos desse alguém.
Percebemos que dia a dia vamos vencendo um desafio e que o segredo é conhecermos os nossos limites.
Percebemos que a chave é nunca desistir de lutar.
Que é cobardia enterrar a cabeça na areia.
Que a chave é acreditar em nós próprios.
É acreditar que as nossas capacidades estão sempre além daquilo que os outros vêm em nós.
É acreditar que, se em algum momento da nossa vida alguma coisa correu mal iremos aceitar, perdoar e aprender com o nosso erro.
É acreditar que por muito inseguros que nos sintamos, haverá sempre alguém do nosso lado mais inseguro do que nós e que podemos esquecer-nos e ajudar esse alguém.
É acreditar que não faz mal sentirmos insegurança, e que é bom partilhá-la.
É acreditar que apenas existem duas coisas seguras na nossa vida: o nascimento e a morte.

Entre esses dois momentos passa-se a história da nossa vida, que será seguramente a que resultar das inseguranças que conseguirmos ultrapassar.

2 comentários:

Anónimo disse...

Bem bem estava inspirada a minha tia!
Ainda nao tinha visto este texto ta muito giro =D Gst mto =D

E identifica-se mto cmg, a serio qe sim, inseguranças e comigo! Enfim o texto ta girissimo =D

Bjinho grd Sobrinha* ^^

ervadecheiro disse...

É quando conseguimos aceitar as nossas fragilidades que nos tornamos mais fortes. Vai por mim quidocha. Bigada pelas tuas lindas palavras lol.

Jokinhas