sábado, maio 31, 2008

ANTÓNIO ALEIXO



Poeta Popular (1899-1949)

Forçam-me, mesmo velhote,
de vez em quando a beijar
a mão que brande o chicote,
que tanto me faz penar

Porque o mundo me empurrou,
caí na lama, e então,
tomei-lhe a cor, mas não sou
a lama que muitos são

Sei que pareço um ladrão...
mas há muitos que eu conheço
que, não parecendo o que são,
são aquilo que eu pareço

O mundo só pode ser
melhor do que até aqui,
quando consigas fazer
mais p'los outros que por ti!

Para não fazeres ofensas
e teres dias felizes,
não digas tudo o que pensas,
mas pensa tudo o que dizes

Sem comentários: